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Apaixonadiços

sábado, 8 de abril de 2017

O grito do vizinho



Vinte e uma horas e poucos sorrisos
Vizinho grita ao delírio
Esposa dele pegou na frigideira!
Vizinho grita e a voz, desfalece
Na rouquidão e desespero!

Vinte e duas horas e poucas angústias
Vizinho murcha na agonia
Esposa dele carregou os filhos
Vizinho chora, solta lágrimas
Na esperança desesperada!

Dez horas e poucas lamúrias
Vizinho não mais grita no caixão
Lhanguene é novo lar dele
Vizinho descansa na desgraça
Sua alma não descansa em PAZ!

Sem pena



Desconhecido agoniza no coração da estrada
As gentes olham com as câmaras de filmar
Ninguém mexe palha, as gentes só olham
Desconhecido arrancando últimos soluços!

Beltrano cuspiu sangue, esfaqueado
As gentes olham com flash de Note 7
Ninguém se lembra da vida, só observam
Beltrano entregando a alma ao Criador!

Cidadão pacato bebe púcaras de água
Nas ondas do mar! As gentes calam
Vibram ao som dos gritos desfalecidos
Cidadão pacato empresta a vida aos deuses do mar!

A indiferença humana, SEM PENA!