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Apaixonadiços

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Felinha

Obrigado, Deus, por esta requintada pérola!
Por esta relíquia única de lábios escarlates!
Sim, Felinha, teus olhos cintilam levemente
aos passos do coração que se achega e aconchega no teu olhar!
É que não são simples olhos não!
São falas de amor que reluzem no teu olhar!
E não é simples olhar, não!
São gotinhas de paixão saltitando de coração em coração!
E não é apenas um coração!
São dois corações eclipsados que se unem pelo amor!
E não é simples amor, é o outro nome da vida que há em nós!

Pérola, relíquia, olhos, coração, amor, vida!
Se me vires de coração vazio,
Dá-me mil amores de um só coração, este meu coração que é teu!
Se me vires com cara pálida,
Dá-me mil sorrisos teus que são meus, descansando em teu rosto!
Se me vires com as mãos abertas
Dá-me mil abraços de uma só ternura!
Dá-me esses abraços nossos que são também da Lesley!
Dá-me mil amores, mil sorrisos, mil abraços!

Não és a mais linda flor do Jardim.
És o próprio jardim para as flores dos olhos meus!
Não és a mais fina estrela (Stella) do céu
És o céu para as estrelas do meu pensamor
Até que a morte nos transfira desta para a melhor!

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Fábula



No tempo colonial:
O menino gordo comprou um balão
e assoprou com força o balão amarelo
assoprou o balão inchou e rebentou
os meninos magros apanharam os restos
e fizeram balõezinhos!
                      (José Craveirinha)

Depois da independência:
O menino gordo roubou o balão
dos meninos magros.
O menino gordo enganou
os meninos magros roubando-lhes o balão!
O menino gordo enganou e roubou
Enganou …Enganou…
Roubou…Roubou…
E os meninos magros eram cegos!
Eram cegos: foram enganados e assopraram o balão!
Assopraram…assopraram…e o balão inchou, inchou!
Inchou, inchou mas nunca rebentou o balão amarelo!
Assopraram desesperadamente
Para que rebentasse e apanhassem os restos,
e deles fazerem balõezinhos…
Mas o balão amarelo não rebentou!
Até hoje continuam assoprando, assoprando…
E o balão continua inchando, inchando, inchando…
Afinal não é balão! É barriga de alguém que nunca sacia!

                                      (Hermenegildo Mondlane)