Sou negra de pele, cor e gema,
minha alma
ainda percorre matas
eu já tirei da
boca a algema
que lá açoitava em chibatadas!
Os meus ombros ainda bailam
ao suave tom sonoro do chigubo,
buscando todos os raios que inalam
as cruéis e magras almas do mulungo!
Eu, a mesma filha de xingomane,
negra,
nas minhas veias, lágrimas escorrem
do suor da luta e gritos que consomem
a vontade de dormir na almofada tenra!
As minhas costas cicatrizam a pobreza,
meus lábios, o amanhã, fermentam na certeza!
Mas a alma da negridão mora em mim,
tornando-me neste fresco e belo jasmim.
Sou a mesma negra em outra pele.
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