Ode ao Professor

O professor é um emancipador das mentes “oprimidas” pela ignorância! É um ser dotado de ferramentas pela escola mas ungido por Deus para transformar factos em conhecimentos e uma posterior negociação dos mesmos com os alunos (seus parceiros).

A docência é uma profissão que transpõe o simples papel de mediador de aulas. É uma profissão incendiária mas necessária.

Enquanto professores, gozamos da magia de transportar na nossa consciência a nobre missão de sustentar mentes esfomeadas.

Somos bailarinos da velha canção: “educar para a vida”! A sala de aulas é o nosso palco e as paredes são a nossa audiência.

Somos médicos, ao dissipar toda a ignorância que governa a mente humana, transformando essa enfermidade em desafio para a prosperidade.

Somos engenheiros de construção de conhecimentos: o giz, o apagador e o quadro preto são a mais humilde ferramenta do nosso labor.

Ser professor é emoção, é ser tudo e nada. O professor é um nada económico. Um nada social. Um nada profissional. Um nada de nada! Apenas professor! A cada dia um desafio. A cada mês uma aflição. Cada plano um crescimento. O professor é um papagaio que voa sem destino! Cai e descai!

Ser professor é dormir na almofada da preguiça e acordar no colchão do desespero! É viver na varanda da pobreza vestindo a razão e o compromisso de plantar a ciência e colher magros favos de mel.

Ser professor é desafiar a fome e descalço andar pelas espinhas do mísero salário e gritar bem alto em silêncio silencioso até que o desespero nos consoma a voz toda! Um professor é um coitado sem porte. É também um herói da corte.

O professor é a alma da nação! O professor é pá escavadora: desbrava matas, derruba árvores, depois de asfaltar a estrada, não mais tem o privilégio se deliciar dela. O professor é também um cidadão cambaleante neste mundo de aventuras, onde a chuva, o sol, as tempestades e as crises batem e arrebatam a sua dignidade!