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Apaixonadiços

terça-feira, 14 de março de 2017

Sim, pai! Curvo-me!



Engoles bocejos de elogios
À mulher durante meses sem conta
Como se a gravidez fosse só dela
Não tens ventre, não mereces
Aquela palavra de apreço

Durante 9 meses, não mereces
Os “parabéns, nunca estás lindo!
Ela, sim! É linda, fofa e mais.
Tu? Apenas espectador vago,
E as noites? E os soluços?
Tudo isso, na lixeira.

Não me deste o leite vital
Não és o primeiro nome que chamo
Nem o segundo (mamã, dada)
Só depois papá! Infelizmente
Não és a dádiva nem vida!

És a força, amparo de minha mãe
Ninguém vê isso, é oco, vazio!
Noites vendidas na luta
Pelo bago que acalenta o estômago
E tudo isso é nada!

Afinal um pai é nada de valor
Mas um bravo guerreiro
Um pai é sombra do carinho
Não esfria, não aquece pois,
Ao pai, um filho sim, se curva!

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